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  • quinta-feira, 21 de novembro de 2024
BRASIL

Recursos Minerais do Brasil

Apesar das amplas possibilidades naturais do Brasil no setor, nossa produção mineral ainda é pequena.

U

m país de dimensões continentais como o Brasil, geologicamente dominado por escudos cristalinos e bacias sedimentares, é natural haver abundância e grande variedade de minérios. No entanto, enquanto alguns ocorrem abundantemente, ou em quantidade suficiente, outros tantos são escassos.

Apesar das amplas possibilidades naturais do Brasil no setor, nossa produção mineral ainda é pequena, o que se deve, entre outros fatores, à carência de capitais, deficiência de transportes e grande concorrência externa. Em conjunto, esses fatores determinam os preços baixos dos minérios no mercado. Alguns minérios como a magnesita calcinada, amianto, caulim, talco, vermiculita cal e grafita são usados, por exemplo, na fabricação de tijolos, produtos isolantes, químicos, farmacêuticos, lubrificantes, etc.

O ferro, mais importante recurso mineral explorado no Brasil, surge em terrenos proterozóicos. A exploração econômica desses terrenos é viável porque suas rochas apresentam um teor metálico superior a 40%. No Brasil, o minério de ferro mais explorado e exportado é a hematita, que apresenta teor metálico superior a 55%. Das reservas mundiais, 6,8% encontram-se em território brasileiro, distribuídas especialmente entre três estados:

Quadrilátero Central ou Ferrífero, integrado pelos municípios de Mariana, Congonhas, Santa Bárbara e Sabará, em Mina Gerais;

Maciço de Urucum, no Pantanal Mato-Grossense, Mato Grosso do Sul;

Serra dos Carajás, no estado do Pará.

O Quadrilátero Ferrífero é a principal área produtora de minério de ferro do país por causa do alto teor metálico dos minerais, da proximidade dos principais centros consumidores do país, e da presença de infraestrutura para escoamento da produção, como a Estrada de Ferro Vitória-Minas e o porto exportador de Tubarão, no Espírito Santo.

Na Serra dos Carajás, encontram-se as maiores reservas mundiais de minério de ferro, além de ouro, cobre, bauxita e manganês, presentes também em grande quantidade. A exploração de suas reservas foi iniciada somente após a implantação, de acordo com os projetos militares, de obras de infraestrutura, como a usina hidroelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, a Estrada de Ferro Carajás e o Porto de Ponta da Madeira, em São Luís, no litoral maranhense. Conforme o Departamento Nacional de Produção Mineral, apenas 1,2% das reservas brasileiras de minério de ferro não estão em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Nesse caso, localizam-se nos estados do Ceará, Mato Grosso e São Paulo.

O manganês, segundo recurso mineral mais exportado pelo Brasil - o primeiro é o ferro -, é encontrado em vários estados, como Pará (na Serra dos Carajás), Mato Grosso do Sul (no Maciço de Urucum) e Minas Gerais (no Quadrilátero Central ou Ferrífero). Entretanto, durante quase 50 anos sua produção esteve concentrada na Serra do Navio, estado do Amapá, o que praticamente levou as jazidas dessa região ao esgotamento. O destino da produção do minério de manganês nesse estado sempre foi a exportação, escoada através da Estrada de Ferro do Amapá e do Porto de Santana, próximo a Macapá.

O cobre, tal como o ferro, é um dos mais importantes produtos do mundo moderno. A produção nacional, insignificante se comparada à mundial, não supre as necessidades do mercado interno, obrigando o Brasil a custosas importações. Um dos poucos lugares com uma razoável produção de cobre é o município de Caçapava do Sul (mina de Camaquã), a cerca de 250 km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O estanho é um minério encontrado sobretudo nos estados do Amazonas (70%) e de Rondônia (20%), mas é no Amazonas que sua produção está concentrada. Se comparada à dos principais produtores internacionais, a produção brasileira é pequena, necessitando inclusive importar o minério da França e do Reino Unido. Entretanto, o estanho em forma de barras, fios etc., além de compostos químicos à base desse minério, são bastante exportados, particularmente para os Estados Unidos, Argentina e Nova Zelândia.

A mineração no Brasil Colonial só se tornou um negócio efetivo nas primeiras décadas do século XVIII, produzindo um sistema econômico próprio no interior do Brasil.

No Brasil, as principais áreas de ocorrência de bauxita, o minério mais usado para a produção de alumínio, estão localizadas no Pará (Carajás e Oriximiná) e em Minas Gerais (Poços de Caldas e Ouro Preto). Nas proximidades do Rio Trombetas, em Oriximiná, localiza-se uma das maiores reservas mundiais de bauxita. Para explorá-Ia, formou-se a Mineração Rio do Norte (MRN), uma concessionária constituída por empresas transnacionais, como a Vale, o Grupo Votorantim, a Alcoa e a Alcan. As duas primeiras são corporações brasileiras, porém com presença de capital transnacional; já a Alcoa e a Alcan constituem um cartel que controla a produção de alumínio no mundo inteiro. Tanto o alumínio quanto a bauxita são exportados para países como Canadá, Estados Unidos, Ucrânia, Chile, Venezuela e Países Baixos, entre outros.

Entre os outros recursos minerais explorados no país, destaca-se a cal, obtida do calcário, rocha sedimentar química com ocorrências em quase todo o Brasil. Tem grande importância para a construção civil e para a agricultura, que o utiliza como corretivo do solo. A exploração do sal também é significativa, sobretudo no Nordeste. O estado do Rio Grande do Norte é responsável por mais de 90% da produção nacional, tendo como principais áreas produtoras Areia Branca, Galinhos, Grossos, Macau e Mossoró. No Sudeste, a produção salineira é significativa em Cabo Frio, na Região dos Lagos, estado do Rio de Janeiro. Entre os tipos de sal existentes podem-se citar aquele encontrado em rochas (sal-gema), pouco indicado para o uso, e o sal marinho, do qual se obtém o sal bruto e o sal refinado. O ouro também é outro minério cuja exploração é bastante significativa no Brasil. Sua lavra (conjunto de ações realizadas para a retirada do minério de uma jazida) é feita por meio da garimpagem. A lavagem do ouro pode ser extremamente predatória para o meio ambiente, sobretudo porque no Brasil os garimpos valem-se do mercúrio, um elemento muito poluente, para separar o ouro das argilas e areias. Some-se a isso a baixa produtividade e as graves consequências para a saúde da população que trabalha na extração e as consequências são catastróficas.


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