As Projeções Cartográficas
Diferentes projeções cartográficas foram desenvolvidas para permitir a representação da esfericidade terrestre num plano (mapas e cartas), cada uma priorizando determinado aspecto da representação (dimensão, forma, etc.).
rojeções cartográficas são representações da superfície esférica da Terra em um plano, possibilitando a construção de um mapa. Um mapa corresponde à representação aproximada da superfície terrestre em um plano utilizando as coordenadas geográficas. Essa construção se dá por meio de um sistema plano de paralelos e meridianos (representados por linhas), ou seja, as projeções cartográficas.
Existem diversos tipos de projeções que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representam cada uma um determinado aspecto, como a dimensão e a forma. As projeções, por representarem uma superfície esférica, apresentam deformações, sendo assim, nenhuma representa fielmente essa superfície, pois nunca estará livre de distorções.
De acordo com o objetivo pretendido, é utilizada um tipo de projeção, a qual confere maior rigor na representação espacial.
Assim, o principal objetivo é diminuir as imperfeições dos mapas, sejam nas escalas, ou nos ângulos apresentados.
De acordo com o tipo de projeção escolhida pelo cartógrafo, diferentes regiões do globo terrestre sofrem deformações. Como é impossível evitá-las, essa característica é utilizada como uma forma de categorização das projeções cartográficas. Acompanhe:
Projeções Equidistantes: são as projeções em que há o cruzamento de paralelos e meridianos em ângulos retos. Nesse tipo de projeção, os ângulos são conservados e as áreas apresentam deformações;
Projeções conformes: são as projeções que apresentam bastante deformidade em torno de um ponto devido à variação da escala. Nesse tipo de projeção, há conservação das áreas e distorção dos ângulos;
Projeções equivalentes: são as projeções que não apresentam deformidades lineares, ou seja, as distâncias estarão condizentes com a realidade apenas em uma direção. Nesse tipo de projeção, preserva as distâncias, mas deforma as áreas e os ângulos;
Projeção afilática: são as projeções que não preservam forma, ângulo, distância ou área, ou seja, não há conservação das propriedades. Porém, nesse tipo de projeção, há minimização das deformações em conjunto.
Ao todo, são mais de duzentos tipos de projeções cartográficas, mas três delas são muito conhecidas e utilizadas em nosso dia a dia. Confira.
Projeção Cilíndrica: é como se um cilindro envolvesse o globo terrestre. Nesse caso, os paralelos e os meridianos sãob representados por linhas retas que convergem entre si. Um exemplo notório é a representação do mapa-múndi tal qual o conhecemos.
As projeções cartográficas mais famosas e utilizadas são as cilíndricas. Dentre elas, algumas merecem destaque especial em razão de suas importâncias e características.
Projeção de Mercator
Nessa projeção, muito utilizada nos dias atuais, há uma preocupação em se manter as formas dos continentes, no entanto, as suas áreas são alterada. Trata-se, portanto, de uma projeção conformal. Repare que, por exemplo, a Groelândia está maior que o Brasil, sendo que, na verdade, ela é bem menor do que ele.
Projeção de Peters
Ao contrário da anteriormente citada, essa projeção sacrifica as formas em benefício da conservação da proporção das áreas. É, portanto, um tipo de projeção equivalente. Os meridianos e os paralelos também são linhas retas.
Projeção de Robinson
Essa é a mais utilizada atualmente para representar o mapa-múndi. Ela altera tanto as formas quanto as áreas dos continentes, entretanto, nem as áreas e nem as formas são tão distorcidas quanto nas duas projeções anteriores, ficando em uma espécie de “meio-termo”. Nela, os paralelos são retos, mas os meridianos são curvados, como se acompanhassem a esfera terrestre.
Projeção Cônica: é como se um cone envolvesse parte do globo. É muito utilizada para representar regiões continentais. Nesse caso, os paralelos representam círculos concêntricos, já os meridianos são linhas retas que convergem para os polos.
Projeção Plana: também chamada de “projeção azimutal”, trata-se de um plano tangente à esfera terrestre. Nesse caso, os paralelos representam círculos concêntricos, já os meridianos retos irradiam-se do polo. Dependendo da representação pretendida, elas são classificadas de três maneiras: Polar, Equatorial e Oblíqua.
Uma das projeções famosas é o símbolo utilizado na bandeira da Organização das Nações Unidas. Essa é uma projeção plana e equidistante e é projetada a partir de um polo. Essa projeção permite a visualização de todos os continentes, porém, mantém uma visão nortista, pois é projetada tendo o hemisfério Norte como centro.
Uma projeção cartográfica pode ser definida como um sistema plano de meridianos e paralelos sobre os quais pode-se gerar um mapa.
Anamorfose
Anamorfose geográfica ou cartográfica é uma forma de representação do espaço geográfico em que há a distorção da proporcionalidade entre os territórios para adequá-los aos dados quantitativos que norteiam o mapa.
A palavra anamorfose tem origem na junção de dois termos gregos (aná: "sobre" + morphê: "forma"), podendo ser entendida como “formado de novo”.
Os mapas anamórficos, como são conhecidas essas representações cartográficas, são elaborados a partir da análise de dados quantitativos referentes a uma determinada área.
A anamorfose acima destaca-se 5 Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pará e Bahia) que apresentaram maior quantitativo de casos confirmados, consequentemente, maior distorção. As cores foram utilizadas para representar a taxa proporcional de casos confirmados por 100 mil habitantes. Nessa representação coroplética (Que usa variações de cores) com a taxa de casos pode-se observar o destaque da região Norte do país (Roraima, Amapá, Amazonas, Acre).
Dessa forma podemos concluir que a maior dificuldade no desenvolvimento de um mapa é transferir uma representação curva para o plano, envolvendo algumas deformações que podem ser minimizadas com as projeções cartográficas.