Orientação Geográfica
Para visualização, leitura e interpretação dos mapas, bem como para produção de recursos cartográficos, conhecer a rosa dos ventos é essencial.
ntigas civilizações utilizavam recursos que a natureza oferecia para buscar orientação. Assim, o início das tentativas de localização está no uso de corpos celestes como o Sol, a Lua e algumas estrelas.
Atualmente, com o avanço das navegações, da aeronáutica e da astronáutica, podemos nos localizar mais facilmente a partir de instrumentos que determinam os pontos de referência.
Dependendo das características do espaço geográfico, dos aspectos culturais dos povos, da disponibilidade de equipamentos, recursos, como plantas e mapas, e dos referenciais, a maneira de orientar-se e localizar-se variam.
Pode-se localizar tomando por base referenciais como ruas, construções, estradas, rios, etc (situação comum à maioria das pessoas), ou por meio de conhecimentos geográficos, tais como: interpretação de plantas e mapas; domínio de noções sobre coordenadas geográficas - latitude e longitude -, manuseio e leitura de equipamentos, como GPS, bússola.
A rosa dos ventos é um instrumento utilizado para a orientação espacial. A rosa dos ventos surgiu com o objetivo de analisar a direção do vento e traçar estratégias para a navegação. Sua relação inicial com o vento e seu aspecto, semelhante a pétalas, foram responsáveis por atribuir-lhe esse nome. Posteriormente, foi utilizada como instrumento para localização espacial e na cartografia (construção e estudo de mapas). Em sua representação mais comum, estão presentes os pontos cardeais, os colaterais e os pontos subcolaterais.
Pontos cardeais
Os pontos cardeais são os principais pontos de referência representados nas rosas dos ventos. Eles são quatro:
Norte, representado pela letra N, que sempre aponta para cima. Chamado também de setentrional ou boreal. Sua representação é a Estrela Polar, a qual auxilia na localização espacial;
Sul, representado pela letra S e a 180° do norte. É chamado também de meridional ou austral. Sua representação é o Cruzeiro do Sul, o qual auxilia também na localização espacial;
Leste, representado pela letra L ou E,do inglês east. Fica em uma posição intermediária entre norte e sul, posicionado à direita. Refere-se ao oriente. Aponta o local onde o Sol nasce;
Oeste, representado pela letra O ou W, do inglês west. Fica também em uma posição intermediária entre norte e sul mas a 180° de leste, portanto situado à esquerda na rosa dos ventos. Refere-se ao ocidente e aponta o local onde o Sol se poe.
Estes são os quatro pontos, ou direções, mais importantes da rosa dos ventos. Com eles, pode-se obter todas as demais direções intermediárias. No entanto, para facilitar ainda mais o uso e leitura da rosa dos ventos, existem ainda os pontos colaterais.
Pontos colaterais
Os pontos colaterais são pontos intermediários aos cardeais. Totalizam quatro pontos de referência, sendo eles:
Nordeste, representado pela sigla NE e situado entre o norte e o leste;
Sudeste, representado pela sigla SE (ou ES, em inglês) e situado entre o leste e o sul;
Noroeste, representado pela sigla NO (ou NW, em inglês) e situado entre o norte e o oeste;
Sudoeste, representado pela sigla SO (ou SW, em inglês) e situado entre o sul e o oeste.
Os pontos colaterais são bastante importantes para localização, e junto a eles foram ainda criados os pontos subcolaterais, que transformam em ainda mais precisas as localizações.
Pontos subcolaterais
Os pontos subcolaterais são os pontos de referência localizados entre um ponto cardeal e um ponto colateral. Ao todo, há oito pontos subcolaterais, que estão listados mais abaixo. Assim como os pontos colaterais, eles não aparecem representados em todas as rosas dos ventos, mas saber a sua posição é importante para a localização de pontos em um mapa ou mesmo para nos guiarmos com maior precisão na superfície terrestre.
Norte-nordeste (NNE), situado entre o norte e o nordeste;
Norte-noroeste (NNO), situado entre o noroeste e o norte;
Leste-nordeste (ENE), situado entre o nordeste e o leste;
Leste-sudeste (ESE), situado entre o leste e o sudeste;
Sul-sudeste (SSE), situado entre o sudeste e o sul;
Sul-sudoeste (SSO), situado entre o sul e o sudoeste;
Oeste-sudoeste (OSO), situado entre o sudoeste e o oeste;
Oeste-noroeste (ONO), situado entre o oeste e o noroeste. ·
Diferença entre Norte Geográfico e Norte Magnético
Podemos nos referenciar a partir de dois nortes:
Norte Geográfico: utiliza como base o ângulo de 90º entre meridianos e paralelos. Normalmente é usado em mapas, cartas e plantas.
Norte Magnético / Norte Verdadeiro: utiliza como base a inclinação natural da Terra, de aproximadamente 22º. Normalmente é usado em representações mais aprofundadas, técnicas e específicas.
Para que uma rosa dos ventos seja eficaz, apenas uma direção apontada basta para aqueles que sabem realizar a leitura deste elemento do mapa. Isso ocorre porque há uma lógica espacial nela, de modo que as direções nunca mudam. Basta que se encontre uma direção e as demais são elucidadas.
Por isso mesmo é que existem alguns símbolos de rosa dos ventos que são bastante simples e apresentam apenas a direção Norte (N). Outras são mais detalhadas, apresentando minuciosamente também os pontos colaterais e subcolaterais.
Para visualização, leitura e interpretação dos mapas, bem como para produção de recursos cartográficos, conhecer a rosa dos ventos é essencial. Seu uso ajuda na compreensão dos espaços representados nos mapas, mostrando como os lugares estão dispostos espacialmente. Ou seja, como está organizado o espaço geográfico.