20 c | Campina Grande, PB | Tempo nublado
  • quinta-feira, 21 de novembro de 2024
MUNDO

Conflitos Entre Judeus e Árabes

O conflito entre árabes e judeus, apesar de atuais, têm origem milenar e carregam uma longa história de desavenças religiosas e de disputa de terras.

Q

uase que diariamente os jornais do mundo inteiro noticiam os infindáveis ataques mútuos entre israelenses e palestinos e as diversas iniciativas internacionais de tentar promover, sem sucesso, a paz entre os dois povos. O conflito entre árabes e judeus, apesar de atuais, têm origem milenar e carregam uma longa história de desavenças religiosas e de disputa de terras. Desde os tempos bíblicos, judeus e árabes, que são dois entre vários povos semitas, ocuparam partes do território do Oriente Médio. Como adotavam sistemas religiosos diversos, eram comuns as divergências, que se agravaram ainda mais com a criação do islamismo no século VII.

Você sabe por que os conflitos no Oriente Médio estão acontecendo?

Primeiro, é preciso entender o que é o Oriente Médio. Oriente Médio é um termo que se refere a uma área geográfica à volta das partes leste e sul do mar Mediterrâneo.  Essa área geográfica inclui países como Turquia, Jordânia, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Iêmen e a região da Palestina, onde também se encontra o Estado de Israel.

Apesar das diferentes etnias que ocupam esta região, existem elementos que lhes dão uma identidade comum, como a língua árabe e a religião islâmica, professada por algumas sociedades. O islamismo, uma das três maiores religiões monoteístas do mundo, possui grande expressividade no Oriente Médio.

Por volta do ano 2000 a.C., a Terra Santa era habitada por diversas tribos aparentadas, que lutavam entre si pela posse de fontes de água e pasto para animais: amoritas, canaanitas, jebulitas, hebreus. Os últimos levaram a melhor: em 1030 a.C., unificaram a região, criando os poderosos reinos de Judá e Israel. Jerusalém virou a capital dos judeus e tornou-se uma das maiores cidades da época. No século 1 a.C., a região – conhecida como Judéia – caiu sob o domínio de Roma.

Cerca de 130 anos após o nascimento de Cristo, uma insurreição de nacionalistas hebreus tentou quebrar o jugo romano. A reação do Império foi radical: os judeus foram deportados em massa e proibidos de colocar os pés na Terra Santa. No evento conhecido como Diáspora, milhares de judeus espalharam-se pelo mundo. Eles se estabeleceram na Europa, em outras regiões do Oriente Médio e até na China.      

Após a queda do Império Romano, a antiga Judeia foi conquistada pelo Islã. Saídos dos desertos da Península Arábica (pedaço da Ásia cercado pelo Mar Vermelho e pelo Golfo Pérsico), os árabes espalharam-se pelo Oriente Médio  Mas foi só no século VII, com a fundação da religião islâmica pelo profeta Muhammad (ou Maomé, como é chamado no Ocidente), que os árabes transformaram-se em uma potência militar e política.

O conflito mais recente entre os dois povos se intensificou a partir da Primeira Guerra Mundial, quando se deu o fim do Império Otomano.Com o desmembramento do Império, nem todos países tiveram sua independência reconhecida, como foi o caso do Iraque e da nossa protagonista, Palestina, que fazia parte dele, passou a ser administrada pela Inglaterra. A região possuía 27 mil quilômetros quadrados e abrigava uma população árabe de um milhão de pessoas, enquanto os habitantes judeus não ultrapassavam 100 mil.

O sionismo e o Estado de Israel    

Durante muitos anos e depois de inúmeras diásporas, os judeus buscavam sua terra santa. No fim do século XIX, surgiu o movimento sionista, que tinha como objetivo criar um Estado judeu na região da Palestina, considerada berço do judaísmo. No entanto, essa região estava ocupada por árabes-palestinos.

A divisão da Palestina em dois estados se daria da seguinte forma: 56% do território para os judeus e 44% para os árabes.

A Inglaterra apoiava o movimento sionista, o papel dos ingleses naquele momento era o de criar esse "lar nacional" para os judeus, que vinham sofrendo perseguições e violências em todo o mundo, mas sem violar os direitos dos palestinos árabes que já viviam ali. Assim, na década de 1920, ocorreu uma grande migração de judeus para a Palestina.

Depois de 1933, com a ascensão do nazismo na Alemanha e o aumento das perseguições contra os judeus na Europa, a migração judaica para a região cresceu vertiginosamente.

Os palestinos, por sua vez, resistiram a essa ocupação e os conflitos se agravaram. Após a Segunda Guerra Mundial e o fim do Holocausto, que levou ao extermínio de 6 milhões de judeus, a crescente demanda internacional pela criação de um estado israelense fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovasse, em 1947, um plano de partilha da Palestina em dois Estados: um judeu, ocupando 57% da área, e outro palestino (árabe), com o restante das terras. Essa partilha, desigual em relação à ocupação histórica, desagradou os países árabes em geral.    

Em 1948, os ingleses finalmente desocuparam a região e os judeus fundaram, em 14 de maio, o Estado de Israel. Um dia depois, os árabes, insatisfeitos com a partilha, declaram guerra à nova nação, mas acabaram derrotados.


Veja também

A OTAN