Entenda a Crise na Ucrânia
Foi só em 1991, com a dissolução da União Soviética, que Rússia e Ucrânia voltariam a estar em caminhos antagônicos – e desde então, os elos para a conflito, que ameaça se concretizar de vez em 2022, se intensificaram cada vez mais.
ússia e Ucrânia vem passando por momento de tensão devido a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aos países do Leste Europeu o que tem possibilitado uma invasão russa ao território da ucraniano.
O maior país do continente europeu em área, a Ucrânia fez parte em boa parte do século XX da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), só declarando sua independência em agosto de 1991 com o fim da URSS e suas fronteiras foram reconhecidas pela Rússia por meio de vários acordos internacionais.
Enquanto o lado oriental manteve íntimas ligações com a cultura russa, o lado ocidental desenvolveu traços culturais próprios, que fundamentam a ideia da Ucrânia como uma nação própria e independente.
A Ucrânia tem uma dependência econômica em relação à Rússia mesmo independente, mas politicamente tem buscando uma proximidade maior com a União Europeia e a OTAN. A Revolução da Laranja em 2004, levou o candidato eleito pró-ocidente Viktor Yushchenko ao cargo de presidente do país.
Em 2013, Viktor Yanukovych pró-Rússia, sucessor de Yushchenko, bloqueou a assinatura do acordo de associação com a UE assinados por Yushchenko, o que levou a protestos a essa decisão o que acabou com à queda do então presidente Viktor Yanukovych.
Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia. Embora a anexação da Crimeia tenha ocorrido sem derramamento de sangue, desde 2014 uma guerra no leste da Ucrânia causa vários mortos. Separatistas apoiados pela Rússia lutam pela separação da Ucrânia de duas autoproclamadas repúblicas, Donetsk e Lugansk. Segundo a ONU, quase 15 mil já morreram nesta guerra.
A formação de governos pró-União Europeia e pró-OTAN desde então, as relações entre OTAN e Ucrânia se tornaram mais sólidas, com uma emenda constitucional em 2019 consolidando o desejo ucraniano de fazer parte da organização.
Há alguns meses, a Rússia começou a concentrar equipamentos militares pesados (tanques, artilharia, helicópteros de ataque) nas fronteiras com a Ucrânia. Existem agora cerca de 150 mil soldados na Rússia e em Belarus, aptos a cruzar rapidamente as fronteiras ucranianas por terra, mar ou ar. Na versão oficial de Moscou, contudo, esses soldados estariam apenas participando de manobras militares.
Em resposta ao acúmulo de tropas russas nas fronteiras ucranianas, a Otan também enviou tropas adicionais a seu flanco leste. A principal exigência do governo da Rússia na atual crise é, justamente, que o ocidente garanta que a Ucrânia não vai aderir à aliança militar liderada pelos Estados Unidos. A presença ostensiva da Otan também é vista com desconfiança pelos russos, que alegam que o apoio da organização aos ucranianos, com treinamento e armas, ameaça a segurança da Rússia.